sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Feedback da viagem Sra da Graça

O Treix Cycle Tour pediu a cada um dos participantes da tour à Senhora da Graça que desse o seu feedback em modo de flash interview. Cá vão as respectivas declarações:


Eco 
"Bem, não custou muito porque não forcei ao máximo o joelho, mas gostei bastante da descida, eheh! Percurso puxado, sim, mas sinceramente estava à espera que fosse pior! Temos de repetir que eu da próxima quero chegar lá acima! :D"
Cinzas
"O que custou: Ter de esperar até às 20h, pelos ultimos atletas, para podermos descer a montanha afins de ir jantar!!!O que mais gostaram: Ver a caras de felicidade no momento que encontrei o Eco, quase morto e lhe demos boleia ou a cara do Galga quando a Rita lhe deu o panado no final da subida!Feedback do percurso: Foi muito bom, gostei imenso de apreciar a paisagem durante a subida, no conforto da minha linda Black Beauty.Estavas à espera que fosse assim?: Não, estava a espera que alguém falecesse, ou pelo menos perdesse uma perna durante a subida. Fiquei um pouco decepcionado, mas isto passa...."
Vileda
"Eu fiquei impressionada em como um grupo de amadores de passeios de domingo conseguiu a proeza de subir sem desistir uma montanha tão falada numa volta a Portugal, com um grau de exigência alto.

Estou muito contente comigo própria, não deve ser muito longa a lista de raparigas que subiu aquilo, e agora faço parte dela! E com 2 pernas lesionadas: canelites.
Estava a espera que pudessem haver desistências devido ao calor, má digestão, falta de força, mas nada disso. Mostramos de que fibra somos feitos! E também avaliando individualmente cada um de nós, tão casmurro que cada um de nós é, ninguém ía dar parte fraca.
Nunca tinha ido à Sra da Graça, e a 1ª vez que fui foi logo de bike, gostei das paisagens, mas por acaso esperava que tivesse inclinações superiores às que foram encontradas.Achei a Sta Justa mais inclinada.
O que mais gostei: do abraço do Escargot no fim! Foi um momento fofo! abraçou todos que foram chegando! Da ciclovia de Gatão, dos panadinhos, e da recepção lá em cima da malta.
O que não gostei: ter escurecido muito depressa, e nem ter ido visitar o santuário..também já só pensava em me sentar dentro duma carrinha para ficar quentinha!"
Sapatilha
"O que custou: O ultimo km da subida já que o cansaço já era muito e o facto de ter que fazer toda a subida sozinho... sempre se torna mais difícil..O que mais gostei: Das descidas. A facilidade com que se atinge velocidades de 55km/h sem esforço é muito bom. Gostei também evidentemente do panado que recebi de recompensa na chegada...ai tanta fome! (Obrigado Rita!!!!)Feedback do percurso: Ninguem se pode aclamar ciclista se não subir a Sra da Graça uma vez na vida. No entanto todo o percurso foi muito bem escolhido. Nacionais com pouco transito e boas paisagens completaram a subida à Sra da Graça da melhor forma.Se estava a espera que fosse assim? Claro que estava a espera que fosse assim: Os homens (e a vileda) a subirem aquilo de bicicleta e as mulheres (e o cinzas) a subirem de carro!!! Outra coisa não podia deixar de ser!!!"
Ganso
"O que custou: os últimos 2 ou 3 km, nem sei. Já era o desespero total. Isso e o 1o dislumbre da Sra da Graça. Até ao longe assusta.

O que mais gostei: Conseguir chegar lá acima, ainda que com várias paragens. e não foram muitas...e não foram poucas. bastantes. Sabe bem cumprir um objectivo destes.
Feedback do percurso: Sem dúvida um percurso marcante nas nossas carreiras, quer pela espectacularidade do desafio quer pela paisagem e viagem em si.
Se estava a espera que fosse assim: Pensei que seguindo o meu ritmo lentinho não precisasse de parar tantas vezes. Mas estava enganado."
Piropo
"Não custou nada... até à subida propriamente dita.

Percurso excelente e a hora de saída até foi porreira, à excepção de ter sido logo após almoço.
Estava à espera que fosse assim mas a subida depois dos kms é implacável."
Escargot
"O que mais me custou foi o pára-arranca durante todo o dia. Comecei o dia às 8:30 a pedalar de Leça da Palmeira para Rio Tinto e só acabei às 0:20 do dia seguinte num pequeno percurso por Rio Tinto até casa dos meus pais. Foram 16h a separar a primeira da ultima pedalada para fazer 86 km. Um dia muito longo portanto, o que não mata mas mói.

Os carros de apoio foram uma cena que a mim não me assistiu durante a subida. Foram fraquinhos, muito fraquinhos. Um gajo todo desidratado e a única coisa que tinha era isostar. Ainda bem que cheguei lá acima momentos antes do restaurante fechar, deu pra comprar água e um bolinho de arroz.
O que mais gostei?
A beleza da paisagem tanto na ciclovia de Amarante que aproveita um troço de linha férrea desactivada como no percurso que liga Amarante até Mondim de Basto e também como não poderia deixar de ser, a panorâmica que se tem ao subir o Monte Farinha até ao santuário da Nossa Senhora da Graça. 
Do percurso escolhido pela já referida beleza natural mas também pelo pouco trânsito que encontramos o que permite desfrutar plenamente da viagem sem ter de estar constantemente preocupado com infernal trânsito automóvel.
Gostei da dureza da subida. Durante a subida, recordo-me de olhar para cima, ver o pessoal do parapente e pensar: estou quase à mesma altitude, deve faltar pouco. Passado um bocado estava à mesma altitude aí pensei: é agora, mais uma volta ao monte e já estou a chegar. Uns longos metros adiante já via as asas dos parapentes muito abaixo de mim e aí lembro-me de pensar: BOLAS (com f..) esta porcaria (com m..) não tem fim..
Saber que só tinha de trabalhar no dia seguinte às 10h (ainda vou ser espancado por esta boca).
Gostei que ninguém tivesse desistido, que toda a gente que partiu com o objectivo de subir tenha lá chegado. Somos grandes. Venha a próxima etapa, venha o que vier, vai ser conquistada.."
Pescara
"O que dizer deste percurso... Em primeiro lugar os meus parabéns a todos os participantes, portaram-se muito bem e conseguiram atingir o tão esperado alto da senhora da graça. Eu não posso falar em esforço e momentos mais complicados mas nada melhor para definir este percurso que frases e momentos da famosa subida.

Melhores frases

  • Galga: "Tou todo roto, já não posso mais" (isto ainda nos inicios da subida).
  • Piropo após lhe ter dito algo do genero "Força, tens de fazer valer a bike nova", ao qual ele me responde muito desesperado "que se lixe a bike, eu atiro-a é já deste monte abaixo"
  • Sapatilha após eu o ter visto do alto parado, depois de lhe perguntar se tava bem me fazer sinal de que tava completamente KO. Então pergunto-lhe se queria que o fossemos buscar e ele me responde muito repentinamente e bem decidido: "Não, não é preciso". A voz dele era mesmo de quem tava decidido a todo o custo a chegar ao topo e passamos alguns minutos lá retomou ele a subida.
  • Piropo, após a sua chegada não queria vestir a camisola do cinzas, quando a Rita finalmente conseguiu vestir-lhe a camisola ele diz com uma voz de grande prazer (nada de más conotações): "Ai que quentinho"
  • Galga, após a descida em Mondim ao se sentar na carrinha do Cinzas: "Ai que banco tao fofinho"

Momentos:

  • A cara de felicidade do Eco quando o encontramos a tentar continuar mais um bocadinho, mas diga-se de passagem já mal saia do sitio ;)
  • O Sapatilha numa das subidas mais íngremes, a subir aos S e com muito muito custo.
  • A chegada de cada um à medida que iam chegando, com caras exaustas mas um sorriso de dever cumprido estampado na cara. 
  • E claro o momento em que recebiam o panadinho de recompensa :).

Admito que não pensei que conseguissem todos chegar ao topo, sobretundo após ver o quanto vos estava a custar subir, mas foi com orgulho que os vi todos a chegar à meta final :)."

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Amarante - Senhora da Graça

25-09-2011
68 km

Amarante -> Mondim de basto -> Sra da Graça -> Mondim de basto-> 57km
Ciclovia -> 11km

Missão cumprida!! 
Após 9 sessões de treino, em percursos mais ou menos pedaláveis, o 10º percurso foi a obra-prima: Senhora da Graça! 


Como começou o dia? 
Ponto de encontro: 9h na cidade jovem, obviamente alguém tinha que começar a descambar pela manha, Vileda e Eco decidem ir tomar o pequeno almoço a essa hora, ler o jornal, falar sobre a vida, fazer umas compras de ultima hora e então ir ter com o resto do povo, na autocaravana que iria carregar 5 bikes e 5 marmanjos!



Chegada a Amarante, à casa Ferreira por volta das 11h, um calor que ninguém diria que estamos no  Outono, e apresentação oficial da roupinha justinha.

Aproveitamos um pequeno (enorme ou gigante na verdade) acidente que a carrinha do casal Ferreira teve e fomos pedalar pela ecopista de Amarante em direcção a Gatão enquanto eles ficavam a amanhar-se com 25 litros de tinta. É uma pista muito agradável com paisagens bonitas e gatos pachorrentos que teimam em preferir ser atropelados do que sair do piso fofo.

Eco

Escargot
Ganso
Short
Vileda
Túnel de Gatão
Durante o regresso ao ponto de partida, mais 2 imprevistos:
O Eco ainda a iniciar o cicloturismo, teve caimbras nas 2 pernas, esbarrou-se contra os separadores da ciclovia e levava uma mochila que mais parecia que ia acampar 15 dias para o Polo Norte. 
O Short conseguiu furar um pneu precisamente quando não tinha levado nada que pudesse resolver a situação. Todas as ferramentas tinham ficado na casa Ferreira. Meu menino, vais a pé!
Chegada a casa, é hora de preparar as máquinas para a derradeira etapa princesa (sim, porque a rainha é a Torre da Serra da Estrela), enquanto esperávamos pelo nosso árbitro Sapatilha que durante a manha esteve a arbitrar 2 jogos.


O que fizemos de tarde?
Hora prevista para iniciar a etapa: 15h.
O que fizemos as 15h? Fomos almoçar. Se até agora já nos tinha acontecido um pouco de tudo, não iria ser agora que as coisas melhoravam. Fomos a uma bela pizzaria que servia uns pregos deliciosos, uma pizzas gigantes e umas lasanhas óptimas e cheias de hidratos de carbono para quem quer fazer uma subida de 8km.


Almoçados e de barriguinha cheia, já com a presença do Tilha e Daniela, tínhamos a trupe pronta para arrancar. Formamos 2 pelotões:
A equipa Alfa-Calções Maricas: Ganso, Escargot, Tilha, Piropo e Short
A equipa Beta-Reumática: Vileda e Eco.

A primeira equipa partiu de Amarante de bicicleta ao encontro da segunda equipa que foi de auto-caravana até Celorico de Bastos, onde ao fim de 24km, os 2 grupos se reuniram.
Pelo caminho a equipa dos Calções Maricas ainda passou por uma estrada mítica:

Pedalamos sobretudo em descidas até Mondim de Bastos, onde os carros de apoio vieram dar-nos suporte. O Eco foi o primeiro a receber assistência em viagem por parte da Black Beauty (Pescara e Cinzas) após 13km de viagem, onde mostrou que mesmo parido, foi louco o suficiente para iniciar as jornadas de bicicleta numa das etapas mais duras de Portugal e após vários anos parado.
Paragem técnica para comprar água fresca em Mondim - base da montanha

A bicicleta do Eco já foi no carro para o cima da Sra da Graça.
O restante grupo iniciou a jornada na base da Sra da Graça (o meu conta-km marcava 13.35km desde Celorico até à base da montanha, era este o meu número para somar km até ao Santuário e eram 17h45m).
Saída de Celorico, já se sentia a adrenalina

O lado direito da bifurcação
Logo de inicio existe uma bifurcação, uns foram pelo lado direito (uma subida bastante íngreme) outros pelo lado esquerdo, que começa a descer, para uns metros à frente começar logo a subir.
Esta bifurcação parecia uma cena de desenhos animado: um lado sombrio, escuro, cheios de morcegos e o outro lado cheio de arco-iris, raios de sol, passarinhos a cantar....
Ainda estávamos no primeiro km e já havia quem pensasse em desistir e pensasse "que mal fiz eu a Deus? Alguém me bateu na moleirinha para decidir subir isto!".
Uma coisa é certa, ninguém sobe aquela montanha por lazer, apenas e só quem tem espírito de sacrifício, muita disciplina mental e força anímica e também quem tem parafusos a menos como foi o caso.









Foi uma luta muito suada e psicologicamente brutal. Todos se separaram para ir ao seu próprio ritmo sem pressões, com calma e concentrados.
Demos o litro, já era uma questão de orgulho subir o raio da serra.
Havia bicicletas novas, equipamentos novos, tudo foi desculpa para tentar ter uma boa prestação nesta subida! Já se deu importância ao peso dos bidons, dos acessórios da bike, à roupa que de levava vestida, tudo foi importante.

Mas mais importante ainda foi o apoio do Cinzas, Pescara, Rita, Eco e Daniela no cimo do monte a puxar por cada um de nós. Um excelente incentivo a quem já ía a pensar que a estrada não tinha meio de acabar e a ver o pôr do sol e a escuridão a aparecer....

Demoramos entre 1h20min e 2h para os 8km de escalada. Alguns com paragens técnicas pelo caminho para esticar as pernas.

















TRINTA CAR*#L&O!!!! CHEGAMOS TODOS CÀ ACIMA!
No cimo do santuário estava um frio de rachar e uns panadinhos à nossa espera! Todos suados fez com que a mais pequena brisa fresca fosse o suficiente para nos deixar a bater os dentes de frio!
O Short e o Escargot ainda tiveram o brilhante ideia de ficarem semi-nus dentro do santuário a secar os jerseys nos joelhos. Uma visão do Inferno para os turistas que lá entraram para se benzer.

Para acabar a aventura, decidimos descer a Sra da Graça de bike às escuras, isto sim, foi a coisa mais parva e iditota que se fez em todo o dia! Não é recomendado! Houve troca de lugares, já foi a Vileda a descer de carro, por causa do frio e de lesão, e o Eco no lugar dela para completar o pelotão.
Bicharada contra os ciclistas, as luzes eram os carros de apoio que iam a fornecer e alta velocidade até Mondim de Bastos.

Faltou o CC, que tinha sido a personagem a sugerir este percurso: "De homem era subir a Sra da Graça!" disse ele há cerca de 2 meses. 
Dedicamos-te esta escalada e só te dizemos: "do que te livraste menino!".

Apesar de tudo foi recompensador, e um orgulho para todos, a entre-ajuda que houve e o apoio dos nossos amigos. Sem eles não teríamos conseguido organizar este evento e ter reunidos as condições suficientes para avançar com este desafio. Também ao avô da Vileda que nos emprestou a autocaravana.

Os nossos apoiantes dos super carros vassoura!
Cinzas, Rita, Daniela, Pescara e Eco
A caminho de casa, ainda deu tempo para mais um enguiço: seguimos as tabuletas em direcção ao Porto, quando se sai de Mondim, só que nos metemos numa nacional que vai até Fafe em curvinhas, pelo meio da montanha... com o Short a dizer que ainda ía trabalhar  as 23h! Mais uma chicotada psicológica! Mortinhos por ir tomar um banho e jantar em condições e perdidos no meio do monte.

Agradecimentos:
Aos pais do Ganso que nos foram apoiar a meio do trajecto.

Nota:
Para a próxima também queremos que escrevam no chão os nossos nomes para não termos que olhar para as subidas!